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França se antecipa

Brasília - A França tomou a iniciativa de disparar os primeiros mísseis contra a Líbia e adotou uma posição de liderança na Operação Odisseia ao Amanhecer. Ontem, antes mesmo de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumir o comando da ofensiva, o governo francês tornou-se o primeiro a admitir o real propósito da ação militar: derrubar Muamar Kadafi. ´Estou convencido de que em Trípoli algumas pessoas começam a se fazer perguntas. Será possível continuar com um ditador louco, para não usar um termo mais excessivo?`, questionou Alain Juppé, ministro das Relações Exteriores da França. O chanceler afirmou que seu país já planeja o cenário de uma Líbia sem Kadafi. ´Temos que identificar quais personalidades (políticas) estão disponíveis`, disse ele, referindo-se ao envolvimento da oposição no processo sucessório. Juppé foi categórico ao garantir que o coronel não terá qualquer papel no futuro do país e assegurou que a intervenção militar será finalizada ´em questão de dias ou semanas, mas não em meses`. O ministro também lembrou que o opositor Conselho Nacional Transitório (CNT), sediado em Benghazi, não possui o monopólio da representação dos insurgentes líbios.

Pouco depois, um pedido feito pelo vice-almirante Bill Gortney, diretor do Estado-Maior Conjunto norte-americano, sinaliza que Washington parece alinhado a Paris no objetivo da ofensiva. ´Nossa mensagem é simples: parem de lutar, deixem de matar sua própria gente, deixem de obedecer às ordens do coronel Kadafi`, aconselhou aos militares da Líbia. A caminho de Benghazi, Mourad Hemayma - porta-voz do CNT no Cairo - afirmou que vê com naturalidade as articulações políticas para a era pós-Kadafi. ´Depois que o regime for derrotado e quando houver uma nova Líbia, nós teremos uma nova Assembleia Nacional, incumbida de redigir a Constituição. Teremos eleições para o Parlamento e para presidente`.

No sexto dia da ofensiva, um acordo de princípios firmado entre os chanceleres Ahmet Davutoglu (Turquia), Hillary Clinton (EUA), Alain Juppé (França) e William Hague (Reino Unido) determinou que a Otan assumirá toda a ofensiva na Líbia. Na noite de quarta-feira, o Parlamento turco aprovou a participação de cinco navios e um submarino no Mediterrâneo - as embarcações terão a função de fiscalizar o cumprimento do embargo de armas imposto à Líbia. Pelo menos 350 aviões participam das incursões aéreas no país, mais da metade são norte-americanos. Os aliados também concordaram em refoçar a zona de exclusão aérea.

As bombas da coalizão têm se mostrado incapazes de deter as tropas de Kadafi. Ontem, caças Rafale franceses lançaram um míssil AASM ar-terra e destruíram uma aeronave militar líbia que tinha acabado de aterrissar na base aérea de Misrata. Os milicianos pró-Kadafi mataram 109 pessoas e feriram mais de 1,3 mil.