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Depois de agressão de Requião, Sarney quer novo corregedor


Com três meses de atraso, o senador José Sarney (PMDB-AP) prometeu anunciar esta semana o nome do novo corregedor-geral do Senado. O cargo está vago desde o ano passado, com a morte do ex-corregedor Romeu Tuma. Cabe ao corregedor investigar os parlamentares por atos relacionados ao mandato.
O anúncio da indicação ocorre um dia depois do senador Roberto Requião (PMDB-PR) arrancar o gravador de um repórter da Rádio Bandeirantes -depois de ficar irritado com uma pergunta do jornalista. Como ainda não há corregedor, o repórter não conseguiu registrar queixa contra o senador.
A Polícia do Senado se recusou a registrar ocorrência ao argumentar que o órgão não tem competência para investigar parlamentares.
Sarney minimizou a demora da escolha do corregedor ao afirmar que há uma "sobrecarga" muito grande de trabalhos na Casa. A indicação do corregedor tem que ser feita pelo presidente do Senado e, posteriormente, submetida à análise do plenário.
"Somos 81 [senadores], temos 12 comissões e 22 subcomissões, de maneira que o cargo de corregedor demanda certa dedicação, e muitos estão comprometidos", afirmou. Sarney disse ainda que vem consultando os líderes dos partidários para indicar um nome de consenso.
Além da Corregedoria, o Conselho de Ética do Senado também está vago desde a crise política dos atos secretos que atingiu a Casa em 2009. Na época, a oposição se retirou do conselho em protesto contra o arquivamento das denúncias contra Sarney, acusado de envolvimento na não-publicação de atos oficiais do Senado.
Segundo Sarney, o plenário da Casa deve analisar nesta terça-feira as indicações dos novos membros do conselho. "Houve demora porque as lideranças demoraram a indicar os nomes. Algumas tiveram dificuldades e ainda não indicaram por completo. Vamos ter que votar mesmo sem que estejam totalmente preenchidos os cargos", disse o senador.
GRAVADOR
Sarney lamentou o episódio envolvendo Requião, mas classificou a agressão de "atrito devido a um problema de temperamento". "É um episódio que podia não ter acontecido. Acho que foi um atrito, mas não tem essa conotação de uma agressão à liberdade de imprensa."
A irritação de Requião ocorreu depois do repórter questioná-lo sobre a aposentadoria de R$ 24 mil que recebe como ex-governador do Paraná. À Folha, o senador disse que não agrediu o jornalista, apenas pediu para que lhe entregasse o gravador. Mas a gravação, apagada por Requião, mostra que o senador ameaçou bater no repórter depois do questionamento.
O senador confirmou que apagou o conteúdo da gravação. Depois do episódio, Requião mandou devolver o cartão de memória e o aparelho ao repórter, que ficou sem o conteúdo da entrevista. O próprio senador divulgou a íntegra em seu site.