
Homem foi assassinado no dia 12 de março no cemitério das Palmeiras
O governador aproveitou ainda para elogiar a atitude da moradora que denunciou o assassinato pelo telefone.
- Esta é uma mulher que teve uma atitude exemplar, corajosa, firme, denunciando um caso gravíssimo. Quero cumprimentá-la e dizer que ela é um exemplo de cidadã que ajuda a sociedade. Os policiais já estão presos. Nós não passamos a mão na cabeça de bandido. Eles serão expulsos da polícia e responderão a processo criminal.
Prisão preventiva
O Ministério Público de São Paulo pediu, nesta terça-feira, a prisão preventiva dos dois policiais suspeitos de matar o homem. De acordo com o órgão, a denúncia contra os policiais foi oferecida à Justiça no último dia 21 de março.
Os dois PMs foram denunciados pela Promotoria de Justiça do 4º Tribunal do Júri da capital por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima).
A dupla trabalhava na 4ª Companhia do 29º Batalhão. Os PMs também podem ser expulsos da corporação. O Conselho de Disciplina da PM tem 45 dias para avaliar o caso.
Relembre o caso
Um homem suspeito de crimes foi assassinado na tarde do dia 12 de março. Ele tinha passagens por roubo, receptação, formação de quadrilha e resistência, sendo egresso do sistema prisional desde 24 de agosto de 2010.
Uma mulher, que visitava a sepultura de seu pai, presenciou o crime e ligou para o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar). Segundo a mulher, os policiais tiraram uma pessoa da viatura e atiraram contra ela. A testemunha, que permanece sob proteção policial, ligou para a PM e descreveu o crime.
- Olha, eu estou no Cemitério das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, e a Polícia Militar acabou de entrar com uma viatura aqui dentro do cemitério, com uma pessoa dentro do carro, tirou essa pessoa do carro e deu um tiro. Eu estou aqui do lado da sepultura do meu pai.
Enquanto falava com o Copom, que gravou a ligação, ela esperou os policiais passarem perto para que pudesse ver os dados da viatura. Em seguida, o suposto policial autor do disparo percebeu a presença da testemunha, parou a viatura e foi em direção a ela. A mulher se antecipou e foi falar com o policial. Segundo a conversa gravada pelo Copom, o policial diz que não havia atirado e, na realidade, estava socorrendo a vítima. A mulher afirma que o policial estava mentindo.
Os policiais militares suspeitos registraram um boletim de ocorrência de roubo seguido de resistência e morte, no qual alegavam que o homem morto havia resistido à prisão. Mas a ligação gravada da testemunha contradiz o depoimento dos oficiais.
O caso aconteceu durante o mês de março, porém a PM manteve o caso sob sigilo para preservar as testemunhas.