Depois da derrota por 3x1 para o Sport no jogo de ida das semifinais do Pernambucano Coca-Cola, os alvirrubros se apegam à força dos Aflitos para inverter a vantagem rubro-negra. Este ano, em 12 jogos como mandante, o Náutico venceu 10, empatou um e perdeu outro (3x0 para o Vasco, na Copa do Brasil). Como fez um gol na Ilha do Retiro, uma vitória por 2x0 ou por vantagem superior a dois tentos dá a classificação aos timbus. Missão possível, mas complicada. E a história mostra isso. Desde 1969, no pós-hexa, foram 60 Clássicos dos Clássicos nos Aflitos pelo Estadual com apenas 10 vitórias alvirrubras por dois ou mais gols de vantagem, sendo que apenas seis delas dariam a classificação na atual circunstância.
Nesse período, o Náutico derrotou o Sport nos Aflitos por 2x0 cinco vezes (em 1973, 1990, 1992, 2001 e 2010) e uma vez por 5x0, em 1974. Todos placares que levariam o Timbu à final do Pernambucano deste ano. Em outras duas oportunidades, o triunfo sobre o rival foi por 3x1 (em 1969 e 1982), o mesmo do jogo da Ilha, que levaria a decisão para os pênaltis. Já em outras duas oportunidades, a vitória alvirrubra por dois gols de diferença foi por 4x2 (1970 e 2005), que daria a vaga ao Sport por ter marcado duas vezes fora de casa.
Os números gerais dos confrontos, desde 1969 pelo Estadual, também ilustram a dificuldade do Náutico no clássico, mesmo atuando nos seus domínios. Nas 60 partidas, os timbus venceram 22 vezes, apenas uma a mais do que o Sport, que saiu vencedor em 21 oportunidades no Eládio de Barros Carvalho desde o hexa. Aconteceram ainda 17 empates.
Vale ressaltar, porém, que neste Pernambucano, o Leão tem apenas a quinta melhor campanha como visitante, com três vitórias, dois empates e seis derrotas. Duas delas por 2x0, placar que o desclassificaria (para Santa Cruz e Araripina). Já o Náutico é o melhor mandante, com 93,4% de aproveitamento.
Ontem, os jogadores alvirrubros se reapresentaram nos Aflitos. E apesar de não esconderem um certo abatimento pela derrota, todos fizeram questão mostrar que confiam na classificação. "Não estamos apostando em uma coisa que não é real. Nosso time sabe fazer gols e é muito forte jogando em casa. A obrigação de vencer por dois gols aumenta a nossa responsabilidade, mas a nossa missão, apesar de difícil, é totalmente possível", destacou o meia Willian.
Já o técnico Roberto Fernandes enfatizou a força do time nos Aflitos na atual temporada. "O Náutico não terminou a 1ª fase na liderança por acaso. Em casa, somos a equipe de melhor desempenho com 10 vitórias e um empate em 11 partidas (do Estadual). Também não perdemos um clássico nos Aflitos. A vantagem do Sport é boa, mas a nossa missão não é impossível. E por tudo que fizemos até aqui, o nosso elenco se sente merecedor de chegar à final" completou.
O treinador também apontou a postura da equipe no clássico de anteontem como o fator primordial para a derrota na Ilha. "Um número mostra bem o que foi o jogo. Só o Hamilton (rubro-negro) fez 11 faltas, o mesmo número de todo o nosso sistema defensivo. Dois jogadores de defesa do nosso time fizeram uma falta cada um. No próximo jogo, o espírito competitivo tem que ser outro."
