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Pássaros herdaram olfato de dinossauros Animais ganharam penas, passaram a viver em árvores e depois começaram a voar

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AFP PHOTO / OHIO UNIVERSITY/WITMERLABAFP PHOTO / OHIO UNIVERSITY/WITMERLAB
Crânios (de cima para baixo) de dinossauro, aves extintas e aves modernas


Um dinossauro cativante conhecido como Bambiraptor ajudou cientistas a determinar que os pássaros herdaram um bom olfato dos dinossauros - e que melhoraram sua capacidade. Há muito tempo, existe a ideia de que os pássaros evoluíram a partir de pequenos dinossauros bípedes, ganharam penas, passaram a viver em árvores e depois começaram a voar. O primeiro pássaro identificado foi o Archaeopteryx, que viveu há cerca de 150 milhões de anos.
Uma suposição comum é a de que essas pequenas aves tinham um olfato ruim, já que a pressão evolutiva teria moldado os recursos do cérebro a favor da visão, equilíbrio e coordenação, deixando de lado o olfato.
Mas não é bem assim, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira (13) no jornal da Sociedade Real Britânica.
Pesquisadores do Canadá utilizaram tomografia computadorizada para ter acesso a uma imagem em 3D dos crânios de dinossauros, de pássaros extintos e de aves ainda vivas.
Eles mediram o tamanho médio do bulbo olfativo, a parte do cérebro usada para o cheiro. Entre pássaros modernos e mamíferos, um grande bulbo olfativo significa que o olfato é melhor.
As 157 amostras traçaram a linhagem olfativa de pássaros modernos com um grupo de pequenos carnívoros chamados de terópodes, cuja grande família é integada ainda pelo Tiranossauro Rex.
Os primeiros pássaros, segundo o estudo, tinham aproximadamente a mesma capacidade olfativa de um pombo moderno - muito boa e certamente melhor que a esperada.
Então, há cerca de 95 milhões de anos, pássaros que eram os ancestrais de aves modernas desenvolveram um olfato ainda melhor.
Incluído nos fósseis dessa época encontra-se o Bambiraptor, uma das principais evidências da evolução dos pássaros.
Um animal muito rápido com o tamanho de um cachorro, o Bambiraptor não podia voar, mas seu corpo provavelmente era coberto de penas e seu esqueleto era surpreendentemente similar a pássaros como o papa-léguas.
Ele tinha aproximadamente a capacidade olfativa dos abutres da Turquia e dos albatrozes atuais, que dependem do olfato para se alimentar ou viajar por longas distâncias, segundo os especialistas.
Darla Zelenitsky, uma paleontóloga da Universidade de Calgary, comentou os resultados do estudo.
- Nossa descoberta de que os pequenos dinossauros velociraptor, como o Bambiraptor, tinham um olfato tão desenvolvido quanto esses pássaros sugere que o cheiro pode ter desempenhado um papel importante enquanto esses dinossauros caçavam para se alimentar.
Entre pássaros modernos, o senso olfativo é muito variável, de acordo com a pesquisa.
Aves relativamente primitivas, como patos e flamingos, têm um bulbo olfativo relativamente grande, enquanto pássaros considerados mais inteligentes, como as gralhas, tentilhões e papagaios, têm bulbos menores, provavelmente para compensar sua maior capacidade cerebral.
O estudo foi publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.