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Líder de partido de situação diz que governo vai ter dificuldade para aprovar incentivo para o Itaquerão

Floriano Pesaro (PSDB) afirma que prefeitura vai ter que negociar com oposição
Gustavo Alves e Luciana Sarmento, do R7
O líder do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, Floriano Pesaro, disse acreditar que o governo vai ter dificuldade em aprovar o projeto de lei que dá R$ 420 milhões ao estádio do Corinthians em incentivos fiscais. O parlamentar também faz parte da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde o projeto deve ser aprovado antes de ser votado.
- Para passar na comissão, a prefeitura vai ter que negociar. Somos favoráveis ao estádio sem recursos públicos. Não concordamos com a intervenção pública. 

Pesaro ressalvou, no entanto, que a bancada tucana ainda não discutiu o assunto. Questionado sobre o fato de o PSDB ser da base, ele disse que sua posição era uma “questão de princípios”.

O vereador Aurélio Miguel (PR), outro membro da CCJ, comparou a situação do Itaquerão com a Arena Palestra Itália, do Palmeiras.

- Lá foi tudo feito na raça, não teve incentivo nenhum. São Paulo não tem R$ 420 milhões para jogar no lixo.

Tanto Miguel quanto Pesaro se disseram favoráveis a investimentos de infraestrutura na região, como Metrô e creches.
O presidente da subcomissão da Copa, Paulo Frange, segue a mesma linha. O vereador afirmou que não há nada previsto no projeto sobre como o clube deverá retornar à cidade o incentivo.

- O Corinthians poderá negociar os CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento), mas aí já começam alguns problemas. Primeiro, a possibilidade de disponibilizar esse incentivo fora da área do perímetro de Itaquera. Eu sou contrário a isso. Aqui eu acho que não vai passar uma discussão de você transferir incentivo fiscal de uma região como Itaquera, que precisa do incentivo fiscal. A região tem um polo industrial e espera isso desde 2007 e não veio. A oportunidade agora é pegar carona com o Corinthians.

Segundo Frange, o projeto causou mal-estar entre os vereadores.

- Eu não esperava por tudo isso, me assustei muito quando vi. Quero refletir e discutir sobre como podemos aprimorar o projeto. Do jeito que ele veio, o mal-estar na Câmara é grande. Não podemos misturar essa atividade com a paixão pelo futebol.
O vereador Chico Macena (PT) diz ser contra o projeto que prevê incentivo fiscal. Na opinião dele, a prefeitura de São Paulo está quebrando a promessa de que não seria usado dinheiro público para a obra. 
- É dinheiro do município, dos cofres municipais. Dinheiro que é pra saúde, educação, transportes. É daí que vai sair. Não tem outra conta a ser feita. Sou a favor do desenvolvimento da zona leste, mas ali tem uma série de outras alternativas, inclusive de empresas que já estão instaladas lá há algum tempo, e que não tiveram incentivo nenhum

Trâmite 
Depois da leitura do projeto na sessão ordinária, deve acontecer até a terça-feira (21) da próxima semana, o projeto deve ser apreciado pela CCJ. Se cinco dos nove vereadores forem favoráveis, o projeto passa a tramitar em outras comissões para depois ir para duas audiências públicas, obrigatórias por se tratar de matéria tributária.

Salvação com dinheiro público 
R7 apurou que o pacote de incentivos fiscais é visto entre os organizadores da Copa em São Paulo como umas das últimas cartadas para a cidade receber a abertura do Mundial.

Como ainda não há contrato firmado entre Corinthians e Odebrecht, construtora responsável pela obra, o clube não teve acesso aos R$ 400 milhões que o BNDES liberou para cada uma das cidades-sede para construir ou reformar seus estádios para a Copa de 2014. A corrida para a aprovação do projeto é importante para os envolvidos porque a Fifa decidirá até meados de julho onde será a abertura do Mundial.

Em maio, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, deu um ultimato a São Paulo. Disse que a cidade tem até o dia 28 de julho para mostrar garantias de que pode receber a partida inaugural. Como o BNDES ainda não pode liberar a verba para São Paulo, o pacote de R$ 420 milhões da prefeitura servirá para mostrar à Fifa que pelo menos existe um caminho para que a construção do estádio seja viabilizada.

O atraso no início das obras já tirou o Fielzão da Copa das Confederações de 2013. Mesmo com a ajuda da prefeitura, o Corinthians ainda não consegue determinar uma data para quando a arena ficará pronta e quanto dinheiro será gasto. Especialistas envolvidos no projeto estimam que a obra pule dos R$ 350 milhões, previstos inicialmente pelo próprio clube, para mais de R$ 800 milhões como forma de adaptar o estádio às exigências da Fifa para o palco de abertura do Mundial de 2014.