
A pergunta foi posta na coluna da última segunda-feira diante dos desafios que ambos os partidos efrentariam nos dias seguintes. E, pelo que se viu, os prejuízos superaram e muito os lucros – se é que houve algum.
O PT, mais especificamente o governo, amargou derrota na Câmara, expôs a incapacidade de articulação da presidente Dilma Rousseff e viu a governabilidade ir para o espaço a partir da crise aberta com a escalada patrimonial do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci.
O PSDB, entrou e saiu dividido da convenção que reelegeu o deputado pernambucano Sérgio Guerra presidente nacional, no último sábado.

Unidade é tudo o que o PSDB não tem. Em ambos os contextos, histórias de traição e incapacidade de diálogo ficaram evidentes.
Nas entrelinhas, porém, estão egos (e, às vezes, bolsos) colocados acima do espírito público. No governo, as dificuldades de Dilma passam por barganhas de aliados (o PMDB, sem pre), pela inflexibilidade da presidente e pela fumaça que envolve o patrimônio avantajado de Palocci.
Na falta dos convenientes afagos que tanto Lula sabia dedicar aos correligionários, sobra desconfiança, jorra insatisfação. No PSDB, além da carência de entendimento, inexiste discurso e o exercício efetivo da oposição. Em suma: os dois lados tropeçam nas próprias pernas.