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Adolescente com deficiência mental foi pescar e acabou morto por segurança, em Olinda

Uma pescaria terminou em tragédia no bairro de Caixa D’água, em Olinda. Um garoto de 16 anos com deficiência mental morreu a tiros dados por um vigilante logo depois de entrar no prédio da Estação de Tratamento D’Água da Compesa, localizada na Estrada do Passarinho.
Segundo os parentes do jovem Romário Souza Ferreira, ele havia entrado no local para pescar no Beberibe, situado atrás do terreno. O vigilante, cujo nome não foi revelado, teria se assustado com o barulho na mata e atirou. “Ele achou que fosse um ladrão que tinha entrado aqui. Atirou com medo. Antes de ir embora, disse que não tinha identificado em quem atirou, fez isso por medida de segurança já que o lugar aqui é muito perigoso”, contou o morador Júlio Noberto Araújo.
A vítima também morava na redondeza com a família. Minutos após o ocorrido, os parentes foram avisados e logo se formou um grande tumulto no lugar. Temendo ser agredido, o segurança fugiu. Policiais militares foram chamados para controlar a situação e evitar que o prédio fosse invadido.
Uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros trabalhou por quase três horas para localizar o rapaz com a ajuda de populares. Atuação foi dificultada pela lama e pela escuridão. Romário foi encontrado sem vida numa mata à margem do rio. “A gente andou muito aqui e não achou. Só vimos ele quando os bombeiros chegaram com a lanterna. Ele estava deitado de bruços com as costas manchadas de sangue. As balas pegaram nas costas”, disse o amigo da vítima, Rivaldo Menezes.
Parentes do jovem consideraram a ação do vigilante um ato de crueldade. “Esse covarde fugiu. Meu irmão era doente, não fazia mal a ninguém. Todo mundo vinha aqui pescar e ele faz isso justo com o meu irmão?”, indagou Elinaldo Souza.
Após a constatação da morte, policiais do plantão da Força-Tarefa Norte do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram até o local para iniciar as investigações. Depois da perícia, realizada sob forte chuva, a família e os amigos de Romário aguardaram a retirada do corpo. A mãe do garoto não conseguiu conter a emoção e teve que ser socorrida para uma unidade de saúde.
Por Moab Augusto, de Grande Recife